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Livro dos Espíritos
Segunda Parte
Capítulo VI
253. Os espíritos experimentam nossas necessidades e nossos sofrimentos físicos?
“Eles os conhecem, porque os sofreram, mas não os experimentam materialmente, como vós: são espíritos.”
254. Os espíritos experimentam a fadiga e a necessidade do repouso?
“Eles não podem sentir a fadiga, assim como a entendeis e, por conseguinte, não têm necessidade do vosso repouso corporal, visto que não possuem órgãos cujas forças devam ser reparadas; o espírito, porém, repousa, no sentido de que não está em atividade constante; ele não age materialmente; sua ação é toda intelectual e seu repouso inteiramente moral; quer dizer que há momentos em que seu pensamento deixa de ser tão ativo e não se fixa num objeto determinado; é um verdadeiro repouso, mas, não é comparável ao do corpo. A espécie de fadiga que os espíritos podem experimentar é consequência da inferioridade deles, pois, quanto mais elevados são, menos repouso lhes é necessário.”
255. Quando um espírito diz que sofre, experimenta que tipo de sofrimento?
“Angústias morais, que o torturam mais dolorosamente que os sofrimentos físicos.”
256. Como, então, há espíritos que se têm queixado de sofrer frio ou calor?
“Lembrança do que haviam padecido durante a vida, algumas vezes tão penosa quanto a realidade; é, frequentemente, uma comparação através da qual, por falta de outra melhor, exprimem a situação deles. Quando se lembram de seu corpo, experimentam uma espécie de impressão, tal como quando se tira um casaco e se acredita ainda usá-lo, algum tempo depois.”
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