Episode Transcript
Queridos filhos, queridas filhas,
que o Cristo, o amigo de cada instante, o querido protetor de toda a humanidade, de encarnados e desencarnados, de animais e de vegetais, dos oceanos e dos ares, tenha piedade de nós em seu coração generoso e nos auxilie nesse instante em que buscamos compreender temas que vão muito além da nossa capacidade de compreensão, mas que devem ser abordados para que iniciemos como um escolar pequenino, que começa repetir sem compreender adequadamente as primeiras letras do alfabeto, para que um dia possa ler e expressar-se de forma elevada.
Pensemos nós, por isso, não apenas em números e complexidade, mas na beleza de tudo, como a vida pode ser analisada pelo ângulo da verdadeira beleza. Seres que se matam e ao mesmo tempo colaboram para o bem-estar um do outro. Que coisa estranha para muitos, mas isso é necessário. Porque é necessário um estímulo maior para os seres mais atrasados. É necessário que os seres enfrentem o frio, as tempestades, as perseguições de outros seres que querem devorá-los, para que eles de fato consigam desenvolver as próprias aptidões. Isso se dá com todos vocês em níveis deferentes, filhos. Vocês pensam: “por que eu tenho tantos problemas grosseiros?” Porque você ainda é um espírito grosseiro! Porque você ainda precisa de estímulos muito austeros para poder se mover espiritualmente, para que as tuas energias sejam de fato mobilizadas, para que você não se acomode.
Se vermos por esse ângulo, vemos uma beleza verdadeira. O leão, podemos dizer assim para sermos melhor entendidos, tem os seus problemas; o elefante tem os seus problemas; a baleia tem os seus problemas, que são os seus desafios diários: locomover-se, observar o território, fazer mudanças de lugar, enfrentar as intempéries, o calor, o frio, a seca, as inundações, a mudança de temperatura das águas... tudo isso são estímulos que se impõe a eles e eles não podem fugir. Então eles precisam mobilizar-se. E assim desenvolvem uma percepção melhor. E assim desenvolvem, digamos assim, espécies de técnicas. Assim desenvolvem jeitos de agir no mundo, que vão minimizar o desconforto desses estímulos que são impostos.
Mas não é assim também, em certa medida, com cada um de vocês? Por isso é tão triste ver muitos, até os que se dizem espíritas, revoltados com as dores, com os problemas. Ora, isso acontece, isso te é imposto para te desenvolver. A diferença é que o animal não planejou isso. E você, sim, planejou, aceitou, tantas vezes suplicou. E aí, na hora da prova, na hora de atravessar o deserto, na hora de vencer o mar gelado, vocês se acovardam e botam a culpa nos outros. Isto é muito triste. Não foi feito pra isso. As provas da tua vida não foram feitas para você culpar os outros. As provas da tua vida foram feitas com muito critério, com muito carinho, com muita perspicácia para que você se tornasse mais poderoso, para que você se tornasse mais corajoso, para que você se tornasse mais sábio. E nós não ficamos tristes com as provas da tua vida. Nós ficamos tristes quando você se revolta. Quando você, num ato de loucura, de estupidez, não aceita o desafio que é sempre de superar a si mesmo. Não há de ser um outro. É superar a si mesmo. Por isso é importante entender que para você colaborar com o equilíbrio universal você precisa aceitar as próprias provas. Saber que as tuas dores são desafios e lidar com elas de uma forma adequada e não de forma maluca, irresponsável. Não. "Como eu lido com esse problema? Como eu enfrento essa dor? Como eu posso agir de tal maneira que isso me dê mais equilíbrio e, consequentemente, equilíbrio geral?". Portanto, filho, sejamos aqueles espíritos conscientes e corajosos que diante da dor é capaz de sorrir e pensar: “que bom que tenho um grande desafio, irei superá-lo, irei me tornar melhor”.
Que vocês permaneçam em paz,
do amigo espiritual de sempre.