Episode Transcript
Mensagem de encerramento
Queridos filhos, queridas filhas,
Que o Mestre amado envolva a todos num clima de ternura, de paz, de misericórdia. Fiquemos com a luz imortal, imorredoura, do Cristo. Jesus de Nazaré é o maior exemplo de todos. Para revelar ao mundo da forma mais bela, o Mestre nasce na simplicidade. O maior de todos foi uma criança simples. O maior de todos enfrentou limitações terríveis, andando em animal rústico, no Sol, na poeira, convivendo com pessoas rudes e brutas tantas vezes. Assim devemos querer nós.
Não pensemos “ah, agora eu quero todos os descansos, todas as facilidades”. A hora não é essa, filho. A hora é “preciso aprender com as minhas dificuldades, preciso extrair delas a capacidade de crescer, como um esquimó, que por conta do frio aprende, sim, a fazer casas muito bem protegidas”. É isso que queremos de vocês. Muitos pediram para nascer no frio emocional. Muitos pediram para nascer num ambiente sem sintonia emocional, porque como os esquimós eles querem aprender a construir uma casa íntima onde o verdadeiro sentimento seja cultivado, da mesma forma que um esquimó cultiva um calor maravilhoso no meio de um gelo e um frio imenso.
Não será essa a tua missão íntima? Construir em ti um templo divino, porque você está rodeado de pessoas torpes, grosseiras, brutas, levianas e más? Sim, filhos, às vezes vocês perguntam como pode um espírito como Vicente de Paulo, por exemplo, nascer num meio tão estúpido e leviano, que era a sociedade que ele viveu? Porque ele queria construir um templo extraordinário dentro de si e inverteu a lógica: não vejo amor fora, então vou criar tanto amor em mim que ele irá transbordar, protegerá meu coração e irá transbordar para muitos outros.
Portanto, não esperemos com choros tolos, choramingando, como vocês dizem. “Ah, vou chorar tanto que vão ter peninha de mim”, não. “Minha solidão é uma proposta de elevação espiritual”. Será que espírita entende isso? “Minha perda é uma proposta de crescimento”? “Minha dificuldade é a rampa que eu preciso subir para atingir o Mais Alto”. Quem entende assim eleva-se acima dos animais, porque reconhece Deus. O que tem a ver? Tudo. Porque se eu reconheço Deus, eu reconheço que tudo que me acontece é para o meu crescimento, cabendo à minha liberdade de querer entender ou não. Quando não entendo, me rebaixo a um nível inferior ao dos brutos, porque os brutos conseguem resolver seus problemas. Quando compreendo uso o dissabor, a dor e a dificuldade para me elevar acima do reino inferior. Mas a escolha é sempre de vocês.
Permitam-me encerrar dizendo: um dia observava uma criança que queria caminhar por uma prancha e mergulhar no mar, mas ela temia muito. O seu avô chegou perto e disse “o que faz, meu neto?”. Ele disse “avô, queria caminhar até a ponta e pular na água, ela parece tão refrescante, mas eu tenho muito medo”. E o avô sábio perguntou “mas medo de que, meu filho? Estou aqui, você sabe nadar, posso também ajudar”. “Ah, mas eu tenho medo não sei quê”. E o avô baixou, olhou nos olhos e disse “filho, o não sei de quê pode lhe atingir em qualquer lugar, fora ou dentro da água. E quando o não sei de quê lhe atingir, é importante que ele encontre o seu coração com vibrações corajosas” e assim a criança pulou e teve um excelente dia na piscina. Parece bobo, mas não é. Porque muitos não crescem porque têm algum medo não sei de que. Mas não agir, não crescer, não vai proteger desse medo indizível, inominável. Apenas a certeza de que o seu pensamento está em Deus e que isso lhe dá uma convicção de que todas as dificuldades vão lhe levar a Deus se forem enfrentadas vos fará mergulhar no oceano do amor divino e conquistar algo que apenas aqueles que elegem uma vida de ascensão espiritual se tornam dignos de chegar.
Que vocês fiquem em paz,
Do amigo espiritual de sempre.