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Livro dos Espíritos
Segunda Parte – Mundo Espírita ou Dos Espíritos – Capítulo 7
398. Sendo as tendências instintivas do homem uma reminiscência de seu passado, segue-se que, pelo estudo dessas tendências, ele possa conhecer as faltas que cometeu?
“Até um certo ponto, sim; mas, é preciso levar em conta a melhora que pôde operar-se no espírito e as resoluções que tomou no estado errante; a existência atual pode ser muito melhor do que a precedente.”
a) Poderá ser pior, isto é, o homem pode cometer, numa existência, faltas que não cometeu na existência precedente?
“Isto depende do seu adiantamento; se não souber resistir às provações, pode ser arrastado a novas faltas, que são a consequência da posição que escolheu; geralmente, porém, estas faltas denotam muito mais um estado estacionário do que um estado retrógrado, pois o espírito pode se adiantar ou estacionar, mas não retrocede.”
399. As vicissitudes da vida corporal sendo, ao mesmo tempo, uma expiação das faltas passadas e provas futuras, segue-se que, pela natureza dessas vicissitudes, se possa deduzir o gênero da existência anterior?
“Muito frequentemente, visto que cada um é punido por aquilo em que pecou; todavia, não se deve fazer disto uma regra absoluta; as tendências instintivas são um indício mais seguro, pois as provações que o espírito experimenta referem-se tanto ao futuro, quanto ao passado.”
Ao chegar ao termo marcado pela Providência para sua vida errante, o espírito escolhe, ele próprio, as provas a que quer se submeter para apressar seu adiantamento, isto é, o gênero de existência que julga o mais apropriado para lhe fornecer os meios, e essas provas estão sempre relacionadas com as faltas que ele deve expiar. Se delas triunfa, eleva-se; se sucumbe, tem que recomeçar.
O espírito goza sempre de seu livre-arbítrio; é em virtude dessa liberdade que, no estado de espírito, ele escolhe as provas da vida corporal e que, no estado de encarnado, ele delibera se fará ou não, e escolhe entre o bem e o mal. Negar ao homem o livre-arbítrio, seria reduzi-lo à condição de máquina.
Tendo retornado à vida corporal, o espírito perde, momentaneamente, a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as ocultasse; todavia, algumas vezes, delas possui uma vaga consciência, e estas podem até ser-lhe reveladas, em certas circunstâncias; mas, então, isto só se dá pela vontade dos espíritos superiores, que o fazem espontaneamente, com um fim útil, nunca para satisfazer uma vã curiosidade.
As existências futuras, em nenhum caso, podem ser reveladas pelo fato de dependerem da maneira segundo a qual efetua-se a existência presente e da escolha ulterior do espírito.
O esquecimento das faltas cometidas não constitui um obstáculo à melhoria do espírito, pois, se não tem uma lembrança precisa delas, o conhecimento que delas possuía no estado errante e o desejo que experimentou de repará-las, guiam-no, através da intuição, e dão-lhe a ideia de resistir ao mal; essa ideia é a voz da consciência, na qual é secundado pelos espíritos que o assistem, se ele escuta as boas inspirações que lhe sugerem.
Se o homem não conhece os próprios atos que cometeu nas suas existências anteriores, pode sempre saber de que gênero de faltas ele se tornou culpado e qual retorno à vida corporal era seu caráter dominante. Basta-lhe estudar a si mesmo, e pode julgar o que foi, não pelo que ele é, mas pelas suas tendências.
As vicissitudes da vida corporal são, ao mesmo tempo, uma expiação, com relação às faltas passadas, e provas, para o futuro. Elas nos depuram e nos elevam, conforme as suportamos, com resignação e sem-reclamação.
A natureza das vicissitudes e das provas que experimentamos pode também nos esclarecer sobre o que fomos e sobre o que fizemos, assim como julgamos, neste mundo, os atos de um culpado pelo castigo que a lei lhe inflige. Assim, este será castigado, no seu orgulho, pela humilhação de uma existência subalterna; o mau rico e o avarento, pela miséria; o que foi cruel para os outros, pelas crueldades que sofrerá; o tirano, pela escravidão; o mau filho, pela ingratidão de seus filhos; o preguiçoso, por um trabalho forçado, etc.